domingo, 22 de maio de 2022

A  ANGÚSTIA DO PERÍODO PANDÊMICO


         De repente o sol escureceu e ninguém mais via o rosto de ninguém. Ao abrir a janela só conseguíamos ver máscaras de pano e cirúrgicas escondendo a boca e o nariz das pessoas. Parecia um pesadelo sem fim. Seria realmente real o que se estava vivendo? 

               Ao ligar a tv o noticiário trazia o terror estampado na tela. Eram pessoas passando mal, hospitais lotados, famílias sendo destruídas pela  COVID 19 .O choro das famílias ecoava pelo mundo. Não tinha mais o "jeitinho"  para facilitar o tratamento dos que tinham melhor poder aquisitivo.  Parece até que o vírus surgiu para provar ao mundo que antes de termos uma boa conta bancária, teríamos que ser solidários e humanos.

              Naquela ocasião em que o mundo pedia socorro, não existia vacina, mas sim a boa vontade da classe médica que se desdobrava em plantões desgastantes. O pior de tudo era ver as pessoas morrendo sem poder fazer muita coisa, pois não tinha uma medicação comprovada para combater o Coronavírus. 

                O primeiro caso surgiu na China, especificamente em Wuhan. Sendo que suspeita-se que o primeiro caso tenha sido em outubro de 2019, mas a data mais provável é 17 de novembro. Comenta-se que em janeiro de 2020 o vírus já circulava pelo mundo.

                  Quando tudo isso começou, parecia distante e difícil de chegar ao Brasil, mas logo surgiram os primeiros casos. E pessoas morreram sem ser diagnosticadas pela COVID 19. Achavam que se tratava apenas de uma gripe e logo as mortes foram aumentando e o terror separou famílias temporariamente e, em algumas situações, para sempre. Muitas pessoas morreram em casa, sem nem ter procurado ajuda médica. A superlotação nos hospitais mostrava a situação precária que o mundo enfrentava. Crianças ficavam órfãs e algumas delas, as maiores, ficavam cuidando dos menores, sem noção de como iria ser o dia de amanhã. Uma tristeza sem fim. 

                    O isolamento parecia a solução. E veio o Locdown e a música do nosso cantor Raul Seixas passou a ser atemporal "No dia em que a terra parou (1977). Nada funcionava.  E todos estavam proibidos de sair, ao não ser para  ir à farmácia e supermercados. Preferíamos que fosse um sonho como o do cantor, mas para nós era um pesadelo real. 

                    Começou a ficar constante a notícia de um conhecido que tinha sido levado pela maldita COVID 19. Muitos diziam que era o Apocalipse. O fim do mundo e os terços eram postos nas portas, como se fosse a passagem bíblica em que as casas eram marcadas por uma cruz feita de sangue de carneiro.  As pessoas se falavam por telefone e os comércios vendiam por delivery. Muitas empresas faliram. e o setor de festas foi o mais prejudicado, pois estava proibido aglomerar.  

                        Agora, após surgir as vacinas, o número de contaminados é bem baixo, e as comemorações já voltaram a acontecer. As festas sociais, as culturais; mas ainda não podemos esquecer de seguir com os protocolos de segurança.   

                                                                               (Rosely Néri Saldanha)

                                     


sexta-feira, 11 de maio de 2012


ANÁLISE CRÍTICA LITERÁRIA NA OBRA “A BRUXA DE PORTOBELLO”, DE PAULO COELHO 


ROSELY Mª R. NÉRI SALDANHA




"NOVO LIVRO DE PAULO COELHO NAUFRAGA EM ENREDO DESCONEXO
MARCELO PEN
Crítico da Folha

Não se pode negar que, em termos literários, este é um dos romances mais ambiciosos de Paulo Coelho. Confrontada com os recursos mínimos de suas narrativas anteriores, esta história de uma líder de seita, contada pela perspectiva de uma dúzia de personagens, parece suntuosa.
Coelho já se aventurou em descrever a história de um personagem pelo enfoque de outro, mas nunca lançou mão de tantos pontos de vista. O recurso não é novo. Remonta aos romances epistolares do século XVIII. Mais recentemente, o japonês Ryunossuke Akytagawa (1829-1927) articulou, no conto “Dentro do Bosque”, uma trama de assassinato descrita por meio de sete relatos.
A técnica serve para quebrar a expectativa de uma narração que parecia apontar para determinado caminho. Também pode sugerir que a apreensão da realidade é algo mais complexo do que insinua o relato tradicional. No conto de Akytagawa, a trama se rearranja a cada nova perspectiva. Põe-se em xeque a possibilidade de se chegar a um quadro objetivo, único, da realidade.
Nada disso, porém, ocorre no livro de Coelho. Os pontos de vista como que se apóiam para contar uma história unívoca, descomplicada como uma cartilha infantil. Uma jovem de origem cigana, adotada por um casal de libaneses, entra em contato com várias doutrinas místicas e passa a divulgar a sua. Em Londres, ela se casa, dá à luz um filho, separa-se e muda-se para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde atua como corretora de imóveis.
Sua inquietação existencial e religiosa a impele a procurar a mãe na Romênia e a buscar a assistência de uma guru, na Escócia. Com o aperfeiçoamento de suas habilidades espirituais, acaba arrebanhando um séquito de devotos, que lota seus cultos realizados na Portobello Road, famosa rua de Londres cantada por Cat Stevens e Caetano Veloso. Anuncia-se desde o início um fim trágico para ela.
Dentre os relatos estão o de um jornalista apaixonado pela heroína, o do ex-marido dela, o da mãe adotiva, o de seus mestres e de sua discípula. O problema é que não há basicamente muita diferente entre eles. O depoimento de cada personagem, seja de uma cigana analfabeta do Cárpatos, seja de um douto historiador, soa-nos igual, com sua fé no sagrado, a naturalidade com que abraçam o sobrenatural e sua tendência em ver a tal bruxa de Portobello da mesmíssima forma.
Também se percebe a falta de cuidado que Coelho dispensa a seus textos. Ele já afirmou em entrevista que escreve como que tomado por uma força maior, evitando quaisquer interrupções a fim de botar no papel, num prazo curtíssimo, a história que vinha ruminando há mais tempo.
Além dos habituais problemas de linguagem e das bobagens ditas como verdades universais (“É claro que todas as crianças do mundo têm visões”), frases inverossímeis (“pode ser a última chance de conversarmos nesta encarnação”; “o Vértice está escondido dentro de nós”) há sérias inconsistências de enredo. Por que, nos perguntamos, a futura sacerdotisa passa necessidade com o marido em Londres, quando os pais dela são “bem estabelecidos” na Inglaterra? Além do mais, ela não poderia ter a idade que o autor lhe atribui caso tivesse presenciado aos 12 anos, conforme ele descreve noutro trecho, a eclosão da guerra civil no Líbano.
Em outro momento, sua mãe de sangue lhe pede para levar uma saia a um centro de devoção na França. Adiante, a filha comenta que o objeto a ser entregue seria um manto.
Mitologia falha
Há falhas também no terreno que Coelho supostamente devia dominar: a mitologia e o misticismo. A bruxa afirma que a da deusa grega Gaia (Terra) vieram todos os deuses, “inclusive o nosso caro Dionísio”. Não é bem assim. Gaia deu à luz Réia e Cronos, estes sim pais dos deuses, como Zeus e Hera. Dionísio, na verdade, é filho de Zeus com a mortal Sêmele.
Pior, no livro é dito que os deuses “iriam povoar os Campos Elísios da Grécia”. Ora, o Elísio é uma região deleitosa do Inferno (após a morte, todos iam para lá; “inferno” simplesmente quer dizer “mundo subterrâneo”), para onde se enviavam as almas dos heróis e dos virtuosos. A maioria dos deuses vivia no Olimpo. Um pouco mais de pesquisa e de crivo faria bem a qualquer romance."


            O livro a Bruxa de Portobello, do autor Paulo Coelho, é analisado criticamente por Marcelo Pen, que aponta falhas existentes na obra.
            O escritor Paulo Coelho considerado um Best-seller por ter vendido 75 milhões de exemplares, é bastante criticado, mas seus livros continuam sendo vendidos. Alguns comentam vagamente que pode ser uma jogada de marketing para que o escritor não saia da evidência, outros dizem que pode ser pelo simples motivo de cumprimento de prazo com sua editora. Ou seja, cumprimento de contrato. Mas o que se vê mesmo são pessoas lendo e comentando positivamente ou negativamente sobre sua obra.
            Alguns críticos podem fazer comentários sobre uma obra, podendo estimular a leitura da mesma, ou não, para seus prováveis leitores. Até mesmo uma futura leitura em busca da comprovação do que foi exposto de negativo em uma obra.
            Em se tratando do texto de Marcelo Pen, o mesmo afirma que a obra a Bruxa de Portobello possui várias falhas:
a- É composta por um apanhado de fatos originários de narrativas anteriores dando um ar de falsa grandiosidade. “Confrontada com recursos mínimos de suas narrativas anteriores, esta história de uma líder de seita, contada pela perspectiva de uma dúzia de personagens, parece suntuosa”. (Pen, 2010)

b- Sua técnica lança mão de vários pontos de vista ao descrever a história de um personagem pelo enfoque de outros; fazendo lembrar os romances epistolares do século XVIII, em que a trama se rearranja a cada nova perspectiva. No romance de Paulo Coelho esses depoimentos não trazem novidades ou suspense, todos trazem uma história unívoca em que uma criança cigana é abandonada pela mãe genética e adotada por libaneses e entra em várias doutrinas místicas e passa a divulgar a sua. Não há suspense ou mesmo novidade nos depoimentos.
c- Afirma que Paulo Coelho traz algumas bobagens ditas como verdades universais “É claro que todas as crianças do mundo têm visões”. O autor generaliza o ato de ter visões, a todas as crianças.
d- Traz frases inverossímeis “pode ser a última chance de conversarmos nesta encarnação”. Quem garante que haverá outra encarnação para conversar?O vértice está escondido dentro de nós”.Como comprovar esse ponto culminante? O autor afirma que o ponto culminante na vida, é a meta daqueles que erram, mas que não perdem a luz que traz em seu coração.
e- O crítico pergunta o porquê da sacerdotisa Athena ter passado fome com o marido em Londres, enquando os pais dela viviam muito bem economicamente na Inglaterra? A união de Athena e Lúkás Jéssen não era aprovada pelas famílias deles. Seus pais ficaram contrariados com a união dos dois, pois ambos tiveram que largar a universidade, por isso o casal teve que lutar sozinho.

f- Ele afirma que Athena na poderia ter a idade que o autor lhe atribui por ter presenciado aos 12 anos a eclosão da guerra civil no Líbano. Porém não há nada que comprove a idade que ela se encontrava posteriormente.
g- Falhas na mitologia: O autor afirma que da deusa Gaia (Terra) vieram todos os deuses inclusive o Dionísio. O crítico discorda com toda razão, pois Dionísio é filho de Zeus e Sêmele, sendo posteriomente entregue à Mercúrio para que o mesmo o levasse às Ninfas, que o criaram junto à natureza selvagem, aprendendo a plantar e a cultivar vinha. É coerente o que o crítico afirma.
h- No livro é dito que os deuses “iriam povoar os Campos Elísios da Grécia”, eles viviam era no Olimpo e não em uma região deleitosa do Inferno, que se refere a Elísios. Marcelo Pen faz uma boa observação. 

A obra a Bruxa de Portobello recebeu várias críticas jornalísticas, até a revista Veja usou a seguinte manchete: “A bruxa está à solta: novo romance de Paulo Coelho lembra um fato fundamental: ele é um péssimo escritor.”A revista afirma inclusive que sua cadeira na Academia Brasileira de Letras se deve a estreitas relações com o “o quadrilheiro José Dirceu”.
Mas, A Bruxa de Portobello, trata-se de um romance místico que envolve inúmeros personagens em volta da personagem principal Sherine Kalil, mais conhecida como Athena. Nesse romance o autor parte do ponto de vista Contemporâneo à antiguidade grega, buscando subsídios para compor a obra.
A obra aborda o misticismo, a adoção,  a discriminação e a busca pela felicidade. O misticismo e em especial os rituais de magia são presentes no romance. Sherine logo ao nascer é abandonada por sua mãe genética e logo é adotada por uma família de bom poder econômico, mas antes de ser adotada, sua futura mãe é alertada para não adotá-la por se tratar de filha de cigana, mesmo assim ela é adotada. Aos doze anos Sharine que já recebeu o apelido de Athena, pelo tio, para evitar uma futura discriminação em outro país, caso fosse necessário se mudar, prevê a guerra civil do Líbano que durou dois anos, mesmo estando até hoje em eternos conflitos. Ao decidir largar a faculdade com 19 anos para ser mãe e viver com Lukás. Não é apoiada por sua mãe adotiva e os pais do marido também são contra, pois ambos largam a universidade para iniciar uma vida a dois ainda muito novos. Após separarem-se Athena sofre disciminação na igreja por ser separada, não podendo mais comungar. Quando inicia-se no misticismo ela sofre discriminações da sociedade. Ela preenche os vazios existentes em sua vida ao buscar sua mãe genética, mesmo voltando para sua família adotiva. Através de seus cultos a Deusa Mãe ela descobre que recebe a divindade Hagia Sofia. Através dela consegue curar vários problemas de saúde.
O autor vai para o período em que as bruxas eram queimadas, a inquisição, busca os deuses gregos e faz referência com o período contemporâneo. Ele utiliza uma linguagem de fácil entendimento e fala de fatos que se assemelham ao dia-a-dia de uma boa parte das pessoas, o que facilita a sua leitura. Também encanta as pessoas com o misticismo e seus rituais.  Há inclusive uma intertxtualidade no poema de Camões quando ele diz: “O amor não é desejo, não é conhecimento, não é admiração. É um desafio, um fogo que arde sem que possamos ver”.
No artigo de Gislaine Backer, que fala das críticas literárias, ela afirma que “uma crítica realizada de forma errônea pode afastar para sempre nosso leitor[...]”.   Afirma também
que ”mais vale um Paulo Coelho na mão do que dez Machado de Assis voando no tempo”, pois para se tornar um leitor é necessário começar a ler e essa leitura não deve ser classificatória, mas sim agradável de se ler, de fácil entendimento. 
                   Esse é o papel do escritor, trazer o leitor para dentro dos livros, e Paulo Coelho é condutor de mais de setenta milhões de leitores. 




REFERÊNCIAS

A BRUXA ESTÁ À SOLTA. Pesquisado em: < http://veja.abril.com.br/270906/p_125.html> acesso em: 15/10/10.

COELHO, Paulo. A Bruxa de Portobello. São Paulo: Planeta, 2006.

DAS OBRAS MARGINAIS ÀS OBRAS LITERÁRIAS. Pesquisado em:< http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/das-obras-marginais-as-obras-literarias-1160176.html > Acesso em: 30/09/10.

DIONÍSIO (BACO). Pesquisado em: <http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080223103710AAyOLhz>. Acesso em:15/10/10.

ANÁLISE DA OBRA “A MORTE DO CAIXEIRO VIAJANTE”, DE ARTHUR MILLER


ANÁLISE DA OBRA “A MORTE DO CAIXEIRO VIAJANTE”, DE ARTHUR MILLER

Rosely Maria Ribeiro Néri Saldanha

RESUMO
A peça “A Morte do Caixeiro Viajante”, de Arthur Mille é uma peça teatral que conta a história de um caixeiro viajante, Willy Loman que passa por dois dramas, um social e outro familiar, que o leva ao declínio e consequentemente ao suicídio. Acostumado a um mundo em que a amizade estava acima da ordem econômica, se ver desempregado e descobre que esses valores não existem mais. A trama fica mais forte quando seu filho Biff o vê com uma amante, criando um abismo entre eles. Willy Loman ver se apagando a realização do sonho americano. O autor da obra trabalha o conflito social, e cria ao mesmo tempo, sua história sobre um conflito realista, psicológico e moral.
Palavras chaves: Peça teatral; Literatura; trama; morte; sonho americano; Arthur Miller.

INTRODUÇÃO
“A Morte do Caixeiro viajante” remete a conflitos vividos por Willy tanto por motivo capitalista, que com o tempo extingue os laços de amizade, como os conflitos familiares, querendo passar para a família uma condição que não era mais a dele, pois até o dinheiro do seguro, ele tem que pedir emprestado, pois após 35 anos de vendas, muitos dos seus compradores e amigos, morreram ou se aposentaram, tornando assim mais difícil suas vendas. Entra em decadência quando, perde o salário e passa a ganhar por comissão, suas viagens acabam sendo em vão. Assim o personagem se depara com a triste realidade de fracasso, por não ver possibilidade de realizar o sonho americano tão desejado, que passa a ser privilégio de alguns, e não de todos, com isso Willy a mergulha em uma solidão patética por ficar ilhado em seu fracasso.



AUTOR
Arthur Miller, dramaturgo norte-americano, considerado como um dos maiores autores teatrais contemporâneo, costuma criticar a sociedade de seu país. Nasceu em Nova York, conhecida como grande arquipélago de raças e culturas era de família judia e seu pai, Isadore, seria um industrial arruinado pela crise econômica de 1929, conhecida também como a Grande Depressão. A crise obrigou a família a mudar radicalmente suas vidas, mudando-se do bairro nobre para o subúrbio, onde aprendeu a aguçar sua audição, dizia: “um autor escreve com os ouvidos”. Como seus pais não possuíam mais condições de pagar uma faculdade para ele, exerce várias funções modestas de trabalho: chofer de caminhão, garçom, marinheiro e empacotador de uma fábrica de autopeças. Posteriormente, em 1934, através da Associação Nacional da Juventude, e de seu emprego de redator do Diário de Michigan, ingressa na Universidade de Michigan para fazer dramaturgia.

Ficou conhecido por várias obras, dentre elas seu primeiro romance, Focus (1945) que é usado para denunciar o anti-semitismo; e as peças teatrais: Todos Eram Meus Filhos (1947)  é sua primeira peça teatral, nela ele denuncia um fornecedor de material bélico que é responsável pela morte de vários pilotos, por isso passa a ser visto como esquerdista e a peça é proibida na Europa; A Morte do Caixeiro Viajante (1949) seu maior sucesso teatral; As Feiticeiras de Salém (1953) que trata-se de um processo verídico contra algumas pessoas que usavam de práticas demoníacas; e um roteiro de cinema Os Desajustados (1960), sendo produzido para a sua segunda esposa: a famosa atriz Marilyn Monroe; escreve ainda alguns contos e ensaios sobre teatro. Arthur Miller e Marilyn Monroe mal acabam de casar e ele é condenado à prisão por trinta dias, devido ser “pouco cooperativo” sendo muito assediados pelos jornalistas. O casamento resultou em uma grande catástrofe para ambos: Miller passa sete anos sem escrever nada, a não ser um roteiro para o cinema, Os Desajustados (1960), os jornalistas passam a chamar Arthur de Pigmalião e Marilyn de Galatéia, os personagens principais do ensaio. O casal separa-se, e Marilyn casa-se novamente em no início de1962, após alguns meses, em agosto, ela suicida-se. Apesar de Estarem separados há bastante tempo, Miller fica muito deprimido.

A MORTE DO CAIXEIRO VIAJANTE:
“O teatro caracteriza-se por sua ambigüidade, por um hibridismo que deve ser levado em conta sempre que analisamos uma peça” (MOISÉS, 2008, p. 45)
A peça teatral de autoria de Arthur Miller tem sua estréia em 10 de fevereiro de 1949 em um período pós-guerra, trazendo grande preocupação ao autor, pois diante de tanta euforia da população, que vivia um clima de prosperidade, de sonho americano, falar da vida simples de um caixeiro viajante seria bastante contrastante, mas por surpresa de Miller, todos aplaudiram com emoção.

Trata-se de uma peça teatral que possui dois atos e o Réquiem (oração pelos mortos- repouso), tendo como personagens: Willy Loman (caixeiro viajante que o personagem principal); Linda (sua mulher); Biff e Happy (seus filhos); Charley (vizinho); Bernard (filho de Charley); Tio Ben (irmão de Willy); Howard Wagner (patrão de Willy); A Mulher (amante de Willy); Jenny (secretária de Charley); Stanley (empregado do restaurante); Senhorita Forsythe e Letta (jovens que saem com Biff e Happy).

Willy Loman convive com um drama que junta o passado e o presente trazendo a tona muitos conflitos sociais e familiares, que o destroem pouco a pouco. Nesse texto o leitor ou expectador pode constatar através dos personagens, o estrago que a crise econômica de 1929 impõe à sociedade norte-americana. Também é nítido o descrédito dado ao homem de idade mais avançada.

O enredo da peça enfoca conflitos da vida de Willy Loman, que ainda jovem, com dezoito ou dezenove anos como caixeiro viajante, pensando em abandonar tudo para tentar a vida no Alaska com seu irmão Ben, decide optar por sua profissão, ao conhecer Dave Singleman, um caixeiro viajante de 84 anos, que tinha tanto prestígio que nem precisava sair do seu quarto de hotel para ganhar a vida. Bastava ligava para seus clientes e eles vinham ao seu encontro. Com sua morte compareceram pessoas vindas de mais de trinta estados aos quais ele vendia. Assim Willy decide que essa seria a melhor profissão a seguir.

[...] conheci um caixeiro viajante no Park House. Chamava-se Dave Singleman. Tinha oitenta e quatro anos e já tinha vendido mercadorias em trinta e um Estados. [...] O velho Dave subia pro quarto, compreende, botava os chinelos de veludo verde [...] pegava o telefone e chamava os compradores. E mesmo sem sair do quarto, com oitenta e quatro anos ganhava a vida. [...] Por acaso há no mundo alguma coisa mais formidável do que uma pessoa com oitenta e quatro anos capaz de viajar por vinte, trinta cidades diferentes, e ser lembrado, amado e ajudado por tantas pessoas diferentes? [..] (MILLER, 1980, p. 363-364)

 Com a esperança de melhorar de vida Willy comete vários erros, dentre eles o fato de acreditar que a ascensão financeira era só uma questão de tempo. Teve a triste ilusão de que as pessoas gostavam dele e eram amigas.



REFERÊNCIA

MOISÉS, Massaud. A Análise Literária. 17ª ed. São Paulo: Cutrix, 2008.
MILLER, Arthur. A Morte do Caixeiro Viajante. Tradução de Flávio Rangel. São Paulo: Abril Cultural, 1980.


sábado, 27 de novembro de 2010

HELENA (Machado de Assis)

         Retrata um romance realista, que tem como personagem principal Helena. Ela sofre as consequências trágicas de um destino que tudo lhe deu, e tudo lhe tirou. É filha de um casal que, por força do destino foram separados. O marido teve que deixar a esposa e filha, para vizitar seu pai morimbundo e demorou mais que o previsto. Ao retornar encontra sua mulher em outra cidade, morando com um conselheiro rico que adotou sua filha.Quando o Conselheiro conheceu Ângela, mãe de Helena, a mesma não disse a ele que seu marido Salvador havia viajado, mas que tinha morrido.
        O pai de Helena, depois de muito procurá-las, as encontrou, mas não quis tirar a filha do conforto que se encontrava, por não poder dar o mesmo. Sempre a observava de longe, mas um dia Helena o reconheceu e ele pediu a ela que guardasse segredo sobre seus encontros.
       Quando o Conselheiro morreu, deixou uma grande parte de seu testamento para Helena, mas para sua família era uma surpresa, pois ele era viúvo e possuia um filho e uma irmã, Eustácio e D. Úrsula. No testamento ele pedia para os mesmos receberem Helena como se estivesse sido criada por eles.
       Helena ao terminar os estudos vai morar com sue novos parentes. Logo ela se apaixona por Eustácio, mas para todos os efeitos é sua irmã, por isso sofre com esse amor impossível. Ele também se apaixona por ela, apesar de ser noivo de Eugênia, uma linda mulher fútli e vazia, filha do Dr. Camargo.Isso lhe deixa profundamente desequilibrado. Acaba se desentendendo com o seu melhor amigo, o Sr. Mendonça, que foi seu colega de escola, por o mesmo querer desposar Helena.
       Depois que Eustácio descobre que Helena costuma se encontrar com um homem às madrugadas, vai investigá-la e descobre por ela mesma que esse homem é seu pai biológico e narra tosa a história com riqueza de detalhes.
       Helena tem o impulso de desistir de toda a herança e ir embora com seu pai. Abrindo mão até mesmo do seu amor, pois perante a sociedade trataria de uma relação insestuosa entre dois irmãos. No dia seguinte ela tem a triste notícia de que seu pai havia partido e que tinha deixado uma caixa de correspondência que  haviam trocado em toda sua vida. Ele dizia também que havia partido para que a mesma não perdesse o seu conforto, além do que seria um grande escândalo. Tal notícia a deixara amargamente abatida.
       Helena encontrava-se em uma triste situação, privada do amor do pai em sua partida repentina, e impedida de amar Eustácio por ser, perante à sociedade, seu irmão. Assim ela morre de tristeza e Eustácio mantem seu compromisso com Eugênia, por felicidade do Dr. Camargo.

Rosely Néri.

Resumo da obra Um Bonde Chamado Desejo de Tennessee Williams

Fala do drama das ilusões e frustrações de uma mulher hipersensível, Blanche, traumatizada por uma desilusão amorosa. Frente a um homem vigoroso e verdadeiramente primitivo em sua rude espontaneidade, ela se sente ferida e ao mesmo tempo atraída por ele. É um forte e reprimido desejo sexual que a incomoda e repugna. Ela se considera superior a todos que a rodeiam. Reagindo assim, ela não aceita a realidade do sórdido mundo em que se viu obrigada a viver, após ter perdido toda fortuna de sua família. Ela enlouquece ao ser abandonada por Mitch, sua paixão, que é informado por Stanley, que a mesma era uma prostituta em sua cidade natal
Personagens:
Blanche= mulher refinada que não aceita a pobreza...
Stella= sua irmã.
Stanley= seu cunhado.
Mitch= amigo de Stanley, pela qual Blanch se apaixona.
Eunice= visinha de Stella.
Steve= marido de Eunice.


Tábua de Papel: Estudos de Literatura Maranhense



Essa obra traz estudos riquíssimos da Literatura Maranhense com vários artigos de diversos autores, com temas do clássico ao contemporâneo, tendo como organizador da obra o Prof. José Neres. Não esqueçam de ler o meu artigo "O erotismo na obra Batom Vermelho, de Lúcia Santos"; nele você fará uma viagem histórica pelo erotismo, o diferenciará da pornografia, conhecerá os preconceitos e os escritores voltados ao erótico literário, e o erotismo na obra Batom Vermelho da escritora maranhense Lúcia Santos.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Morrendo a cada dia



Triste pesar ao lembrar
daquele rosto meigo
que os anos não trazem mais,
da alegria esplendorosa
que se entristeceu
dos sonhos que a realidade me roubou


Sinto-me como uma folha murcha
que em breve cairá
como um morro
que começa a desmoronar


Sei que serei um alguém,
que não mais existirá.

(Rosely Néri)